quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O râguebi

Os benefícios e vantagens da prática desportiva nos jovens, são já por muitos conhecidos, e já foram por inúmeras vezes retratas ao pormenor. No entanto surge uma modalidade no universo desportivo que contempla os benefícios do desporto em toda a sua plenitude. O râguebi!

O râguebi surge em Inglaterra, quando um jogador de futebol de um colégio da cidade Inglesa de Rugby, de nome Willian Webb Ellis, agarrou a bola do jogo com as mãos, e percorreu todo o campo até a linha de fundo adversária e pressionou a bola contra o solo. Tal facto ocorreu em 1823.
 
Em Portugal o râguebi surge de forma organizado em 1957, com a criação da Federação Portuguesa de Râguebi, e desde essa data surge um clube que tem vindo a acompanhar permanentemente este fenómeno formando campeões nacionais e ibéricos, o Benfica.
 
O Benfica, através da sua escola de formação, onde conta com os melhores técnicos licenciados em Portugal nesta modalidade, procura contemplar todos os requisitos exigidos num desporto tão particular e exigente como é o râguebi, levando em conta todos os aspectos que possam potenciar o atleta enquanto atleta, e enquanto homem num futuro tão próximo.
 
Neste sentido, o papel dos “professores de râguebi” do Benfica, procuram intervir diretamente em três grandes campos considerados prioritários, junto dos atletas, sendo o campo físico, social e psíquico.

No campo físico, ao contrário das outras modalidades que devido à sua especificidade promovem ou o metabolismo aeróbio ou o metabolismo anaeróbio, o râguebi facilita e promove ambos os metabolismos de uma forma constante, permanente e eficaz, o que significa que facilita a homeostasia real entre o consumo de energia e o suporte energético no organismo do jovem atleta.
 
Através de um conjunto de exercícios de treino, independentemente do nível técnico, idade ou vivência desportiva dos jovens atletas, os treinadores do Benfica procuram promover de forma consistente, tanto os estímulos de baixa e média intensidade que permitem trabalhos musculares de longa duração com reduzido dispêndio de energia nos atletas (trabalho aeróbio), assim como estímulos de alta intensidade, que proporcionam uma produção de energia rápida, que permite um trabalho muscular de curta duração com grande dispêndio de energia (trabalho anaeróbio).

Seguindo este equilíbrio metabólico é fácil de concluir a eficácia do râguebi no combate eficaz à obesidade infantil, reduzindo o risco das doenças cardiovasculares colocando os atletas na zona saudável de aptidão física (ZSAF), fortalecendo os músculos estriados esqueléticos (responsáveis pelos movimentos voluntários como o coração ou intestino), músculos lisos (responsável pela contração involuntária e lenta como o sangue ou urina) e músculo cardíaco (conhecido por miocárdio), fortalecendo da mesma forma os ossos e articulações dos jovens praticantes.
 
Analisando os benefícios e melhorias físicas junto dos jovens atletas, é de fácil percepção para o leitor, que o râguebi e os técnicos do Benfica privilegiam a melhoria dos jovens enquanto seres humanos, assim como futuros possíveis atletas de alta competição.
 
A nível psicológico, o râguebi também se mostra extremamente eficaz e mais uma vez demarca-se das outras modalidades pelo seu particularismo, pois como se carateriza por ser um desporto coletivo de combate em que os atletas estão sistematicamente em confronto e superação individual e consequentemente superação colectiva, eleva a sua autoestima devido ao respeito pelos adversários e colegas de equipa, pois em cada momento do jogo ou do treino é permitido e possível ao jovem atleta desenvolver um conjunto de habilidades psicológicas que o atleta anteriormente não possuía o que fortalece o coletivo e o individual, criando um elevado espírito de equipa e de sentido ético e desportivo.
 
Neste sentido os jovens praticantes, revelam uma melhoria não só no râguebi como no rendimento académico, na confiança, na capacidade para lidar com as emoções e gestão do auto-controlo, capacidade de raciocínio, memória, percepção, bem-estar, diminuindo o absentismo escolar, assim como, a procura de substâncias dopantes que possam melhorar a sua performance, irritabilidade e ansiedade, depressão e enxaquecas.

Logicamente o râguebi promove a melhoria da auto-imagem, e da imagem que o jovem praticante transmite a quem o rodeia tanto num contexto familiar como no contexto escolar.

A nível social surge “talvez” (deixo este ponto ao critério do leitor) o maior privilégio do râguebi em relação às outras modalidades pois no râguebi, existe o período pré-jogo, jogo e pós-jogo (designada por terceira parte). Considerando o período pré-jogo como o treino, o treino permite e favorece o convívio saudável dentro da equipa, favorecendo os laços de amizade entre os praticantes, onde existe a possibilidade de partilha de sentimentos assim como a ideia subjacente à integração de um grupo, em que o objetivo é comum e maior do que qualquer pretensão individual, não existindo o atleta “estrela”, mas um coletivo com um objetivo identificado e compreendido entre jogador, jogador/equipa, e jogador/equipa/treinador.
 
No período do jogo, surge o compromisso ético, esquematizado pela hierarquia própria do desporto, em que o interveniente com maior autoridade é o árbitro, onde jamais se pode questionar qualquer decisão, sendo sempre aceite com humildade e respeito, sendo o capitão de equipa o único porta-voz do grupo, sem nunca criticar qualquer decisão pois a este cabe jogar e contribuir para o sucesso da equipa. Existe um respeito extremo não só com o árbitro, como com a equipa adversária, devido ao compromisso entre equipas em que está previamente estabelecido não ultrapassar a “curta” barreira da agressividade para a violência.

No período pós-jogo, surge a designada “terceira parte” que é tão somente o convívio saudável entre todos os intervenientes no espectáculo desportivo (independentemente do resultado no fim do mesmo). Convívio esse que vai desde atletas, equipas técnicas, equipa de arbitragem, dirigentes, pais de atletas, etc., onde se discute lances capitais do jogo, assim como gestos técnicos e movimentações de ambas as equipas, exercícios de treino, onde são trocados contactos entre atletas assim como contactos para futuros jogos, torneios ou projetos de forma a potenciar ainda mais os atletas e a modalidade em si.

Tendo em conta todos os aspectos que são desenvolvidos e estimulados nos jovens praticantes de râguebi, e após a leitura deste artigo, a pergunta que coloco é a seguinte: Do que espera para levar o seu filho, vizinho ou amigo para uma equipa de râguebi? O râguebi não é somente a disputa primitiva que lhe está falsamente associada, é muito mais que isso, é um princípio de cavalheiros, uma família, uma maneira de estar e uma escola de vida… Do que espera?
 
 
Autor:  Rui Alexandre da Silva Violinha (Jornal Record)
 
Concordo com tudo, mas este fim-de-semana houve situações tristes no panorma nacional.

6 comentários:

  1. Fiquei informada! Só lamento lêr tantas vezes "Benfica"...nada a fazer! Eu é mais artes marciais :)

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    1. Pois a noticia era sobre o benfica e o raguebi :)
      posso saber quais? adoro judo é a minha favorita e cheguei a praticar... um ano :|

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    2. Goju ryu...foram 10 anos :)Dei aulas durante 3 anos aos pequenitos dos 5 aos 10.

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    3. interessante disciplina, desconhecia, muito bem...

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  2. Agradeço a divulgação do meu artigo.
    Vinha a procura de outros artigos e deparei com o meu no seu blog.
    O meu muito obrigado
    Prof. Rui Alexandre Violinha
    ruiviolinha@hotmail.com

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    1. De nada...
      um excelente artigo que achei que tinha que partilhar...

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